domingo, 23 de novembro de 2008

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O STRIPER PORTUGUÊS OU O PRÓLOGO


Conheci-o numa boate, era noite erótica, ele estava fazendo show e se vestiu de Zorro. Zorro, meu herói preferido! Um herói que mexe com a libido de toda mulher. Na hora do Show, não prestei muita atenção nele, e sim naqueles corpos musculosos que todo striper tem. Estava na primeira fila com uma amiga e tantas outras mulheres que gritavam enlouquecidas. Não era todo dia que se viam homens semi-nus. E tenho que confessar que além de tesão, já estava com muita Vodka de melão na cabeça, no corpo, a sair pelos meus poros. Uma Loucura!
Como se pode imaginar o show foi bastante instigante, algo que mexe com todos os nossos sentidos, visão, paladar, audição, olfato – pois o cheiro daqueles corpos suados eu conseguia sentir muito bem. Uma fêmea no cio sente sempre o cheiro dos machos. E nossa, quantos machos! Mas faltava o tato, nem todas as mulheres tiveram a oportunidade de tocar naqueles corpos durante o show. Algumas subiram no palco a convite dos próprios dançarinos, mas eu não fui contemplada. O show terminou e a festa na discoteca continuou, banhada a muito álcool e música dançante num estilo bem erótico. Fiquei dançando em cima de uns cubos, e foi aí que os dançarinos, que já não estavam mais despidos, passaram na nossa frente, minha e de minha amiga. Puxamos um papo e correspondemos ao olhar deles. Como sou uma mulher de atitude, rápida e rasteira, não praguejei e deixei-me envolver naqueles bíceps enormes. É importante dizer que tenho tara por braços.

Naquela época eu ainda não tinha trepado, ou seja, era ainda uma virgem, uma garota puritana, que não conhecia o sexo, que nunca tinha sentido o corpo de um homem. Mas em compensação dormia cheia de travesseiros para preencher essa lacuna. Apalpava-me todas as noites, em todos os banhos. Eu só pensava: “Nossa, se eu, com os meus singelos dedinhos me dou todo esse prazer, imagina como não será com um homem de verdade”.
Minhas amigas eram mais velhas que eu, todas já tinham experimentado o sexo, e isso me deixava cada vez mais curiosa. Elas falavam tão bem, que eu tinha pressa. Meu corpo tinha pressa. Rezava todas as noites e pedia para não morrer virgem. Imagina eu, que estava estudando para me tornar uma atriz de teatro, cujo Deus é Dionísio. Queria me tornar uma bacante. Eu tinha que fazer jus ao meu Deus e a minha futura profissão. Estava trabalhando para me tornar uma atriz carnal! Um espírito que se eleva através da carne, do corpo!

O papo não durou muito; falamos somente o essencial, nome idade, essas coisas básicas que sempre se pergunta. É claro que não precisei perguntar para ele qual era a sua profissão. Pois isso eu já sabia como era óbvio. Caímos na ação.Muitos beijos, muita língua no cangote, na orelha. Chupões no pescoço, toques mais ousados. A ousadia foi tanta que ele me chamou para sairmos daquele lugar. Irmos pra praia, pois a discoteca ficava aos pés da praia. É claro que eu não pensei duas vezes e aceitei. Fui com ele. Saímos pelo camarim, pela entrada dos funcionários, se eu quisesse, nem precisaria pagar a conta. Mas como sou uma mulher que gosta de cumprir com meus compromissos legais sempre pago o que devo. Estivemos um bom tempo lá fora, nos tocando. Mas como estava numa cidade pequena e moralista, preferi me preservar. Também não estava querendo perder a minha virgindade numa praia. Mas dentro de mim, já sabia que seria com aquele homem que era mais velho que eu. Uns 9 anos de diferença. E que já tinha muita experiência sexual. Certamente ele não tinha pudor nenhum em expor o seu corpo. E era isso que queria. Eu não queria namorar ninguém, queria alguém desconhecido que nunca mais fosse ver.
Ele acabou percebendo que eu não iria fazer nada com ele ali na praia. Voltamos para dentro da boate, chamei minha amiga que estava enroscada nos braços de outro striper, e fomos os quatro para o hotel deles. Um bom hotel. Ao lado do cassino. Os casais eram vizinhos de quarto.

O dia já estava amanhecendo. Mesmo com a cortina fechada, a claridade que entrava pela fresta da porta e das janelas era suficiente para ver cada detalhe dos corpos. As roupas foram velozmente tiradas. Estávamos nus, vestidos apenas pelo tesão e pela sensação de loucura, adrenalina, que criava um bem estar indescritível.
Depois das preliminares, de umas felações, nos demos conta que não tínhamos camisinha. Então ele despido, sem nada para lhe tapar o sexo, resolveu bater na porta do amigo, para pedir uma pelo menos. Soube depois, mais tarde, quando cheguei em casa, que ele tinha feito uma proposta ao outro casal de se juntar mais tarde no nosso quarto para fazer um troca-troca. Mas acabou que nada disso aconteceu.
Voltando ao ponto, o homem voltou com o preservativo na mão. Quando ele fechou a porta o preservativo já estava fora do plástico. Chamei-o de louco, por ter ido nu no corredor. Mas louca mesmo era eu, que facilmente aceitei entrar num quarto de hotel com um desconhecido. Era nisso que pensava. Pensava na minha criação moralista, que afirmava que uma mulher deveria se casar virgem. Pensava na possibilidade dele ser um maníaco, como o do parque. Mas isso tenho que confessar que ele não tinha cara. Eram muitos os pensamentos. Preferi deixa-los de lado, como se deixa um saco de lixo. E tudo isso só fez apimentar mais a minha aventura. Ajudei-o a pôr a camisinha, peguei firmemente naquele pau, que mais parecia um tronco de árvore de tão grande e grosso que era. Via-se na cor de sua pele que suas origens estavam na África. E essa mistura me deixava a cada momento mais excitada!

Como já estava molhada, meu corpo pedia algo novo. Queria saber como seria estar sendo possuída por um homem. Me tornar uma mulher de verdade era a única coisa que me faltava. Ele me penetrou. Não senti dor nem nada. Apenas prazer de estar realizando um dos meus desejos de criança. O sexo não durou muito tempo. Não contei para ele que aquela tinha sido a minha primeira vez. Queria guardar aquele momento secretamente para mim. Queria dar prazer para ele como se já fosse uma mulher experiente. Não vi sangue nos lençóis. Tivemos que terminar o ato rapidamente por causa de um telefonema que dizia que o carro dele estava estacionado em lugar proibido. A manhã estava clara, com um sol bonito iluminando as ruas, e uma brisa fresca anunciando o fim do verão.
Cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi ir ao banheiro, ver meu corpo no espelho, senti-lo, tomar um banho e enxugar o suor sólido que ficara grudado no meu corpo. Tratar de lavar rapidamente as gotas de sangue que ficaram na calcinha. Era ali, naquele pequeno pedaço de pano, que o meu segredo se escondia. Aquele sangue, o meu cheiro, tudo poderia ser desvendado naquele pedacinho de renda barata. Meu rosto, por mais que eu quisesse, não conseguia esconder a felicidade. Eu já era uma mulher. Que já sabia fazer filhos.

POLARÓIDES URBANAS

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Rio de janeiro
22 de dezembro
Tarde
Tempo nublado
Chuva
Chuva fina e incansável
Cabelos soltos
Estômago cheio
Porta aberta
Música
Solidão
Música
Silêncio
Fotografias que caem
Telefone que não toca
Vontade de escrever
Vontade
Roupas na máquina
Roupas pretas na máquina
Contas a serem pagas
Sombra na parede
Cortina entre aberta
Sapatos no chão
Dicionário no chão
Copo vazio
Papéis em branco
Palavras a serem ditas
Lágrimas guardadas
Sorriso duvidoso
Fantasia
Imagens na cabeça
Pensamento obsessivo
Corpo seminu
Rosto sem maquiagem
Escuridão
Luzes da cidade
Pouca luz
Piscar de olhos
Fome
Desejo
Saudade
Vontade de partilhar
Corpo que não se agüenta
Lágrimas que caem
Rádio que grita
Cama que chama para o sono
Corpo que teme a solidão
Banho que relaxa
Banho que inspira os sonhos
Corpo pesa
Sono
Corpo
Sono

I

A música me inspira. A música preenche a solidão que repousa. Preciso escrever, preciso expurgar essa necessidade de amar. Meu poeta, mesmo que distante, está aqui, na minha cabeça. Ainda o ouço.


II

A solidão repousa em mim
A música preenche o vazio
Jogo as palavras num papel qualquer
Jogo um jogo sem adversários
Um jogo de idéias
Preciso ocupar minhas mãos
Minha mente, meu corpo.
Não quero sentir o tempo
Preciso de um corpo que pesa contra o meu
Preciso do teu corpo
Do teu cheiro
Dos teus versos doces
Da tua boca nobre
Da tua língua que pulsa
Tento parar o relógio
Tento parar
Estou em abstinência
Contenho-me na cama vazia
Minhas mãos temem meu corpo
Que arde por amor

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Fotógrafo

Ontem fluí com um fotógrafo. É interessante pensar nos homens e seus ofícios. Um fotógrafo quando transa se preocupa muito com a luz e o ângulo. Ele tinha prazer em me comer em posições belas, artisticamente belas. E em todas ele precisava me olhar. Olhar o nosso movimento pélvico. Isso é que gerava o prazer.

O fotógrafo rugia como um leão. Se contorcia no emaranhado dos lençóis e cheio de fôlego, voltava a me penetrar. Não sei ao certo quantas vezes fluímos naquela noite, mas sei que nos perdemos no tempo.

O fotógrafo queria comer meu cú. Mas o ânus é para poucos, e nunca deve ser dado na primeira. O fotógrafo tem o dobro de minha idade e é um artista. Transar com artistas é bom, pois eles não são burocráticos. Não devemos ter burocracias na cama. A burocracia é para os burocratas, e não para as pervertidas como eu.

Um homem do povo


Numa noite marquei de sair com uma amiga. Ela buscou-me no meu trabalho e ao pagarmos o estacionamento, ela se interessou pelo rapaz do guichê. Entreguei a ele, o telefone dela num papel, pois ela, minha amiga, é tímida e não teve coragem de fazê-lo pessoalmente. O que importa é que uns dias depois, ela marcou de encontrar o jovem e pediu que ele levasse outro amigo, pois ela queria que eu fosse junto. Não sei por que aceitei essa situação, mas fui. Ao chegar lá encontrei um homem bem no estilo rústico. Voz grave, um pouco rouco, alto e estatura forte. Bebemos umas cervejas, conversamos um pouco e depois resolvemos nos pegar no carro. Só sei que o cidadão, tinha um linguajar muito peculiar. Depois de várias mãos ousadas e línguas, ele disse:

Gostou do boneco? - se referindo ao seu pênis. E mais tarde acrescentou: Teu cheiro está no meu bigode.

Adorei!

Estréia